Apesar de toda a correria que envolve o dia a dia da ADVOCACIA, sempre tenho separado alguns momentos da semana e o sábado pela manhã é um deles, para fazer reflexões. Afinal, a rotina de atendimento, cumprimento de prazos, elaboração de propostas, estudos diversos, reuniões, negociações, atitudes destinadas ao marketing, avaliações financeiras e comerciais, têm impedido o PARAR e PENSAR de maneira tranquila e até estratégica.
Como tenho o hábito de fazer reuniões semanais, especialmente nas segundas-feiras, que possui envolvimento direto dos sócios, e nas sextas-feiras, em que direcionamos o pensamento e o olhar para a equipe, a execução das providências processuais e, principalmente, a lógica da gestão, tenho percebido a importância de cuidar dos dados gerados pelo escritório.
E aí você deverá estar fazendo o seguinte questionamento: e o que seriam DADOS importantes em um ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA?
Antigamente, e olhe que isso não faz tanto tempo, todo escritório de advocacia tinha como maior preocupação saber quantos processos existiam em sua base. Era a época em que o maior número de processos representava o maior resultado financeiro.
O grande detalhe é que, como nem todos os escritórios utilizavam software para gestão processual, os quais possuíam custo bastante elevado, tudo era literalmente feito de forma manual. Contavam-se as fichas ou as pastas suspensas, quando se possuía um elevado grau de organização.
No máximo, a identificação por área era sinônimo de um maior refinamento das informações.
Atualmente, sem se afastar da ideia de número de processos, que sempre será um balizador, dependendo do ramo de atuação do escritório, diversas outras informações passaram a possuir maior importância, dentre elas:
# quais os processos que possuem um maior conteúdo financeiro;
# que matérias detêm uma maior probabilidade de aceitação pelo Judiciário;
# focando na lógica financeira, que valores compõem o risco processual do cliente;
# quanto existe de honorários contratuais e de sucumbência a serem recebidos pelo escritório, com base no estoque de processos atual;
# quantos novos processos chegaram ao escritório no primeiro semestre do ano de 2023;
# quantos processos foram encerrados;
# quantos novos contratos de prestação de serviços foram celebrados e rescindidos até a presente data;
# quais as receitas e as despesas do período de janeiro/2023 a setembro/2023;
# que as novas áreas e matérias poderão integrar o portfólio de serviços ofertados pelo escritório;
# quais os serviços mais vendidos;
# que tipo de conteúdo produzir em redes sociais para comunicar a atuação e, por consequência, atrair novos clientes.
Pelo que é possível perceber, não existe limite, porém, escolhas a serem feitas, sempre com foco no propósito do escritório e dos seus integrantes.
Portanto, com base nas referidas informações, convido você leitor, integrante da área jurídica e, em especial, integrante da advocacia, para também fazer as suas reflexões e até apontar quais seriam os principais DADOS que teriam importância para a atuação. Afinal, embora poucos observem isso, a precisão dos dados nos levará a tomar decisões bem mais fundamentadas, especialmente quando medidos os impactos financeiros.
Até a próxima reflexão…
Carlos Kelsen Silva dos Santos
Advogado, Sócio Gestor do Lucio Teixeira dos Santos Advogados, Especialista em Direito Privado: Civil e Empresarial, Mestre em Administração, Autor do livro “Planejamento Estratégico em Escritórios de Advocacia: a importância de planejar a prestação de serviços”, titular da coluna “Visão Jurídica”, que acontece todas as terças-feiras, durante o programa Cidade Notícias, na Rádio Cidade 94FM; e integrante do projeto de educação jurídica @SEU RUMO.